quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

REFLEXÃO DO MÓDULO II - Educadores e Educados. POR MARCILENA DA SILVA BOBODA

Reflexão do Módulo II.

                                         Neste módulo obtive vários conhecimentos sobre a história da educação no Brasil, a escola é o lugar aonde nos enviamos nossa nossas crianças, e adolescentes, a fim de que aprendam a cultura já produzida, aprendam a conviver com o outro e possam também criar e inventar objetos, vivenciar valores, sentimentos e sonhos. Nossas crianças e adolescentes cada vez mais necessitam de orientações, estímulos, vivências de cooperação e de solidariedade, de responsabilidade e de cidadania, que nos fazem humanos, solidários e autônimos. A educação é uma pratica social de homens e mulheres e é adotada com o objetivo de socializá-la e humanizá-los culturalmente. Significa que homem e a mulher, enquanto vivem, produzem valores, conhecimentos, linguagens, ciências, crenças e técnicas, artes, danças, símbolos e rituais. A educação acontece em vários lugares e é uma pratica social. O ensino escolar caracteriza-se por praticas pedagógicas realizadas dentro da escola formal por meio de relações entre professores, funcionários e alunos, de maneira sistemática, programada e intencional, tendo como resultado a obtenção de certificados, diplomas ou títulos.
                                         Aprendemos como começou a educação formal no Brasil no ano de 1549, com a chegada dos padres da companhia de Jesus. Esses padres, no litoral brasileiro, criaram colégios, seminários, e internos e ofereceram quatro cursos: Elementar, humanidades, artes ou ciências e teologias e filosofia, destinados à educação das elites, aos filhos dos senhores fazendeiros e aos filhos dos senhores de engenho. A educação ensinada formava novos padres para continuarem os trabalhos missionários ou servia para preparar administradores locais. Eles aprendiam conteúdos humanísticos nos cursos de latim, de gramática portuguesa, de retórica e de filosofia. Logo, trataram de conhecer a língua portuguesa como oficial, moldar condutas, negar as suas formas de organização, tradições, rituais e prazeres. E fim, negar toda a sua cultura. Os colonizadores não só desprezaram a maneira que os nativos educaram seus descendentes, como ocultaram os seus direitos e negaram as suas identidades. O ensino oferecido em colégios seminários respondia aos interesses das elites dirigentes, enquanto as camadas populares permaneciam sem acesso, alheias e excluídas dos conhecimentos que pudessem levá-los a questionar a ordem e os privilégios. Os colégios, seminários, e os conventos criados pelos religiosos foram às primeiras escolas destinadas apenas a alguns. Alguns filósofos desta época, também chamados de iluministas, opunham-se às explicações divinas e religiosas, às superstições e aos mitos. Criticavam o poder absoluto dos reis, a interferência do estado na economia e os privilégios conhecidos à nobreza a ao clero.
                                         Durante o movimento de ilustração, os conflitos entre monarquia portuguesa, clero e nobreza acirraram as visões de mundo. As disputas e os interesses econômicos encabeçados por burgueses, as pressões dos adeptos do pensamento ilustrado e as questões mercantis entre padres jesuítas e a coroa tomaram tamanha dimensão que levaram o Marques de Pombal a fortalecer o poder real, reduzir os privilégios da nobreza e do clero, aumentar a cobrança de impostos, reformarem a Universidade de Coimbra, expulsar a Companhia de Jesus de Portugal e de réus reinos e reafirmar a autoridade real, civil e laica sobre a religiosa. Parte dos fazendeiros, cafeicultores, políticos enfim senhores da elite, enviavam seus filhos para estudarem em Coimbra ou Lisboa, para depois voltarem ao Brasil letrado. Entre as principais reivindicações do movimento chamado Praieira, destacam-se o voto livre e universal do povo brasileiro, a plena e absoluta liberdade de comunica os pensamentos por meio da imprensa, o trabalho como garantia da vida para o cidadão brasileiro, o comércio e retalho só para cidadãos brasileiros, a inteira e efetiva independência do poder constituído, a extinção do poder moderador e do direito de agraciar, o elemento federal na nova organização. Alguns movimentos como Cabanagem, a Sabinada, a Balaiada e a Guerra dos Farrapos, eram expressões e manifestações contra a prepotência e a arrogância das oligarquias dominantes que, aliadas ao governo centralizador de D.Pedro I, sufocava as províncias com impostos, leis arbitrarias e com a nomeação de governantes, mesmo com a recusa dos moradores.    As escolas continuavam insuficientes, isoladas e irregulares. Faltavam espaços adequados para a sala de aula para a mobília. Ainda faltavam professores, materiais pedagógicos e recursos financeiros. Enquanto políticos e autoridades do governo discutiam pela imprensa e jornais a necessidade de escolarização da população trabalhadora, este pouco conseguia enxergar a sua necessidade e significado. Alguns diziam ser uma perda de tempo, outros diziam que as escolas deveriam formar boas mães e esposas, “que absurdo”, outros ainda, sentiam que teriam seus lucros reduzidos, caso os filhos dos lavradores fossem para as escolas e não para o trabalho nos roçados, para o plantio de grãos e para a colheita. Assim a\ escola publica funcionava como instrumento de manutenção de privilégios de poucos – as elites proprietários de terras e das desigualdades de classe, de gênero e do sexo. Algumas de nossas escolas desencorajaram os vôos dos alunos, dos professores e dos funcionários. Em vez de dar-lhes asas para voar, criam dificuldades para entrar nela e permanecer. Os alunos desistem, alguns professores e funcionários acomodam-se, acho isso não muito diferente da realidade atual, em algumas escolas ainda hoje, alunos são desencorajados pelos seus professores. Para completar o quadro de desigualdade social, sabemos que a educação publica foi negada aos trabalhadores durante muito tempo. As pessoas principalmente as mulheres, não tiveram acesso à educação escolar formal, ao conhecimento e às informações. Só mais tarde conseguimos romper algumas barreiras e aprender a lutar de forma organizada para defenderem os seus direitos.
                                          A educação é um direito social. Nós todos devemos lutar e defendê-la como um direito universal. A educação nos torna humanos, nos faz seres sociais, políticos, históricos e culturais. Dizia Paulo Freire:
“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, midiatizados pelo mundo.”

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